Perene Melancolia
27-02-2010 17:34
Não me carregue para o lado
Quando o que muito quero
É no máximo, ficar parado.
Não se incomode com minha tristeza
Se a vida que se prejudica
Não depende de tanta torpeza
Que se confunde com compaixão.
Não, não carregue a minha mão
Para o lado que não quero ir
O que quero é não seguir
E não dividir o meu espaço.
A vida que se perde
A cada segundo não existente
É uma vida latente
Que ainda mais parada que possa estar
Vive plena, e ainda sente.
Quero poder sentir com abundância
Toda a tristeza que do meu peito mina
E que depois se exploda em alegrias.
Mas por enquanto,
Deixai-me em minhas próprias sinas.
Ao fim do dia eu me recolho
Encolhido em minha cama
Ficarei de molho.
Retornarei ao feto, meu aconchego
Onde a única cobrança que eu tinha
Era nascer.
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Matheus Araujo Vieira
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